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terça-feira, dezembro 30, 2003

Estar só... é tão fácil hoje em dia estar só. Mesmo quando acompanhado, mesmo quando 24 horas contactável, mesmo quando nunca estamos em silêncio. Até é sinistro, não é? Agora que somos e estamos globalizados parece que ficamos cada vez mais isolados. Um isolamento que não é diagnosticado, é um mascarado que chega a ser apenas aparente pois, como é que é possivel estarmos sempre disponíveis, acessíveis e, no entanto, o que existe é apenas a intencionalidade de contacto. Posso tentar enganar os meus sentimentos de desacompanhamento, quase que forja-los com estas meras intencões (estou cheia de saudades tuas? quando chegares vais ver, vou fazer e acontecer!...). A intenção está lá, só a existência física, real é que escasseia. Porque estar acompanhado pressupoe, total ou em parte, quanto?... 60, 70% a presença física, o cheiro, a cor, o olhar! Também é verdade que já me senti não acompanhada numa sala fisicamente repleta de seres com cheiro, cor e olhar... diferentes! Mas eu estou a falar de percentagens e 60% é uma boa percentagem, mais de metade, portanto sinto-me quase em segurança para afirmar que a presença física, que pode ser complexa, é no tanto imprescíndivel para o aconchego, pó quentinho.
Estamos numa área muito pantanosa, é um facto. Com um corpo teórico paradigmaticamente contrário ao actual, se pensarmos quantas portas de input temos nós afinal? Antes teriamos a porta de entrada (sem contar janelas!), o buraquinho do correio, agora, uffff, vamos ver, temos a mesma porta e o mesmo buraquinho acrescido de mobile, computer, net, sms e afins.... é preciso um dicionário, um manual de utilização, quer dizer?! Atenção! Montes de sinais de aviso! Continuamos?
E sem receios.
Vamos falar acerca da perda da espontaneadade? Hum, aguentam-se? Falar de como tudo é estruturado, planeado, reforçar a ideia do antecipadamente planeado, da total perda do acaso? Atrevem-se?

mastered by Sheila & Pi. co


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