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sexta-feira, julho 09, 2004

Entre um licor beirão e um cigarro saboreio o sol e a brisa morna deste final de tarde.
O meu pensamento vagueia entre avenidas e ruelas, praças e becos de contrastes que teimam em coexistir, aromas a caril e gás canalizado, tijolo burrinho e "fish & chips", perco-me em memórias baralhadas da minha existência saltitante.
Recordo-me das feiras, da comida tailandesa, do peixe e especiarias das mercearias jaimacanas e consigo até sentir o travo do sumo de manga que comprava religiosamente na ida para casa depois do trabalho.
Relembro-me do "Café Porto", em Portobello, cheio até à porta, com transeuntes abancados nos passeios em frente, deliciados com os "simbalinos" e os pasteis de nata. E a "Casa Lisboa", onde comprava semanalmente a minha ração de leite "Mimosa" e "Pensal", numa tentativa desesperada de me sentir mais próxima.
Recordo as lágrimas de solidão e saudade e os risos de garra e liberdade!
Penso e repenso decisões, atalhos, escolhas.
Entre mais um licor beirão e mais um cigarro perco-me em sonhos e ilusões e "castelos no ar"...
Perco-me na complexidade do meu ser e planeio o limar das arestas.
Relembro Camden Town, músicas e fumos, jardins, esquilos e raposas. Maroscas, enredos e tramóias.
Como os recordo a todos com tamanha lucidez!
Como não há duas sem três, pondero o "grito do Ipiranga" enquanto peço mais um licor e acendo mais um cigarro...
Convido-te tranquilamente para te sentares e conversares comigo.


pi


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